Um dia, numa mesa redonda com toalha quadriculada, meu vô me disse que o amor não existia. Ele já tinha bebido duas garrafas de vinho sozinho. Eu, uma e meia. Mas acreditei. Não precisava dos 500 ml pra discordar. Ele tinha o olhar da verdade. E a experiência suficiente pra ser verdadeiro. Aos 23 eu vi que ele tinha razão. Meio cedo, mas eu vi. Fiquei pensando o porquê do meu avô dizer isso. Ele era casado há 54 anos. E o mais incrível. Com a mesma mulher. Não tinha direito nem referência pra dizer isso. Mas disse. Por algum motivo ele disse. Talvez soubesse sem precisar passar por qualquer prova. Eu só escutei e confirmei. Apenas para concordar. Talvez não acreditasse nele. Talvez se fosse a vó eu acreditasse. As mulheres são mais sinceras. Mas foi ele que disse. Então só concordei. Minha avó tinha ouvido a conversa. Não ligou pro vô. Nem pra mim. Só sorria. Sempre. Me olhava e sorria. Até aos 23 eu apenas concordava. Hoje olho pra minha vó e vejo ela me dar uma piscadinha e um sorriso. Como quem concorda com aquilo que ainda nem conseguimos descobrir.
Clau_bernet_Sauvignonrss
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
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3 comentários:
olha só, claudio_amargo:
eu não acho que sua vó diria isso em hipótese alguma... sabe por que?
porque as mulheres acreditam no amor! sempre, sempre. desde pequenininhas até ficarem velhinhas. o amor existe sim! a gente acredita e pronto. ai, ai. nem sei porque voces gostam da gente. mulher é tão brega, tão besta...
(ow, desculpa aí de novo, mas eu acho esses trocadilhos com o seu nome irresistíveis!)
hehehe silvinha.. é tudo uma suposição. mas também não dá pra generalizar. conheço mulheres q nao acreditam mais. Ou no fundo acreditam e fingem que não né.
beijinho bonita.
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