Ela falava com as mãos e isso era ímã para ele na mesa ao lado. Falava que era uma merda entre goles de cerveja viver num mundo onde todo mundo agora é gênio. E como diria o Woody Allen em Manhattan o único cineasta gênio vivo é Bergman. Os tempos são outros e o Bergman se foi e se foi o Antonioni e a boca linda da Monica Vitti entrou na frente da moça que fala. Ela falou que queria largar a publicidade e escrever um livro de contos. Já tinha o nome: amor em tempos de gênio. Só se for o seu gênio difícil, fez piada a ouvinte amiga. Ele riu da outra mesa. Foi descoberto e riu vermelho. Ela continuou a falar, mas agora já tinha para quem dedicar o livro que acabou saindo genial, coisas do destino.
calenza
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6 comentários:
adooro
obrigado
bja
sensacional.
meio stalker, mas, sensacional.
pois é bazinha
os stalkers também amam...
bja
Nos últimos tempos me dei conta de que vivo uma situação irônica. Sabe aquelas pessoas cheias de si espalhadas por todo canto? Coincidentemente todas as que eu não suporto ganham a fama. A princípio eu achava se tratar de mera coincidência. Mas a repetição do fato me trouxe algumas considerações... Ou a vida zomba despudoradamente da minha inércia, ou tenho ótimo gosto para detectar detestáveis novos talentos...
valeu herdeiro,
abraça
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